[Photo by plau bleu 2012]
Estas situações de amor tornam-se claras, quase evidentes, depois de
serem perdidas. Quando se teve e se perdeu, a falta de amor é atravessar
sozinho os corredores do supermercado: um pão, um pacote de leite, uma
embalagem de comida para aquecer no micro-ondas. Não é preciso carro ou
cesto, não se justifica, carregam-se as compras nos braços. Depois, como
não há vontade de voltar para a casa onde ninguém espera, procura-se
durante muito tempo qualquer coisa que não se sabe o que é. Pelo
caminho, vai-se comprando e chega-se à fila da caixa a equilibrar uma
torre de formas aleatórias.
Quando se teve e se perdeu, a falta de amor é estar sozinho no sofá a mudar constantemente de canal, a ver cenas soltas de séries e filmes e, logo a seguir, a mudar de canal por não ter com quem comentá-las. Ou, pior ainda, é andar ao frio, atravessar a chuva, apenas porque se quer fugir daquele sofá.
E os amigos, quando sabem, não se surpreendem. Reagem como se soubessem desde sempre que tudo ia acabar assim. Ofendem a nossa memória.
Nós acreditávamos.
Quando se teve e se perdeu, a falta de amor é estar sozinho no sofá a mudar constantemente de canal, a ver cenas soltas de séries e filmes e, logo a seguir, a mudar de canal por não ter com quem comentá-las. Ou, pior ainda, é andar ao frio, atravessar a chuva, apenas porque se quer fugir daquele sofá.
E os amigos, quando sabem, não se surpreendem. Reagem como se soubessem desde sempre que tudo ia acabar assim. Ofendem a nossa memória.
Nós acreditávamos.
José Luis Peixoto
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